
Uma noite sem luar deixava o Castelo de Frankenstein nas trevas em 10 de agosto de 1673. Nesse ambiente, uma mulher deu à luz um bebê do sexo masculino, pequeno e de cabelos negros.
O menino mirrado se tornou um alquimista, e rumores começaram a correr a seu respeito: o povo dizia que descobrira a fórmula da juventude.
Aldeões assustados garantiam, de pés juntos, que no recesso do seu laboratório produzia homúnculos (seres humanos diminutos e deformados).
O trecho acima não foi extraído de Frankenstein, de Mary Shelley.
É a descrição da vida de Johannes Konrad Dippel, uma das figuras mais enigmáticas do século 18.Quando Dippel veio ao mundo no castelo em Darmstadt – que de 1252 a 1662 abrigara a família Frankenstein (um sobrenome razoavelmente comum) –, o lugar era um albergue para desvalidos e feridos de guerra.
Seu pai, um pastor luterano, buscou refúgio ali por causa das perseguições religiosas na Alemanha da época.Utilizava dois pseudônimos Christianus Democritus e Ernst Christoph Kleinmann.
Sob o pseudônimo de Christianus Democritus publicou muitos livros, a maioria deles ainda está preservado. Dippel disse "Que religião não deve ser um dogma, deve ser amor e auto-sacrifício."Estudou alquimia, filosofio e teologia naUniversidade de Geissen, onde conseguiu um grau mestre em teologia no ano de 1693.
Dippel morou no Castelo Frankenstein em Bergstrasse. Lá Dippel praticou alquimia, trabalhando com nitroglicerina notou o uso medicinal dessa substância, existem boatos que dizem que devido ao manuseio da nitroglicerina, Dippel explodiu a torre do castelo, e que foi expulso da região pela população local, mas nada disso tem confirmação histórica.
Neste período ele elaborou um óleo animal, chamadode Óleo de Dippel, alguns acreditam que seria o Elixir da Longa Vida. Com ele, garantia, viveria até os 135 anos. Também se dedicava à tentativa de transmutar chumbo em ouro. A quem diga que Dippel trabalhava com cadáveres em tentativas de trazê-los de volta à vida.
Segundo o folclore, algumas vezes Dippel assinava seu nome nos cadáveres como sendo "von Frankenstein" (nome da família que construírao castelo), mesmo não tendo descendência da família. Diziam também que ele profanava tumbas.
Mary Shelley pode ter ouvido o folclore quando esteve com a família em Genebra e se inspirado para criar o conto, apesar de nunca ter feito referência à isso.Assim como Paracelso, Dippel foi outro alquimista que tentou criar o homunculus, um ser humano artificial criado através de alquimia, ele fecundava ovos de galinha com sêmen humano e tapava o orifício com sangue de menstruação.
Em 1704 em Berlim, o químico e pintor Heinrich Diesbach tentava produzir um pigmento vermelho, mas devido ao uso de uma porção impura de carbonato de potássio o pigmento tornou-se azul. A porção contaminada foi cedida de Diesbach para Dippel, ambos trabalharam mais na receita do pigmento azul e se mudaram para Paris, fundando uma fábrica.
A receita era um segredo de negócio, mas em 1724 tornou-se conhecida. Dippel morreria em 1734, provavelmente de ataque cardíaco, porém há quem diga que foi por envenenamento.
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