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terça-feira, 6 de novembro de 2012
GIGANTE ADAMASTOR !!
Adamastor é um mítico gigante baseado na mitologia greco-romana,
referido por Luís de Camões n'Os Lusíadas.
Representava as forças da natureza contra Vasco da Gama
sob a forma de uma tempestade, ameaçando a ruína daquele que tentasse
dobrar o Cabo da Boa Esperança e penetrasse no Oceano Índico,
os alegados domínios de Adamastor.
É o nome atribuído a um dos gigantes, filhos de Terra,
que se rebelaram contra Zeus. Fulminados por este,
ficaram dispersos e reduzidos a promontórios, ilhas e fraguedos.
O seu nome surge, certamente,
pela primeira vez com Sidónio Apolinário.
Foi popularizado ao ser usado com verdadeira mestria
pelo poeta português Luís de Camões, no Canto V
da epopeia portuguesa Os Lusíadas,
como o gigante do Cabo das Tormentas,
que afundava as naus, e cuja figura se desfazia em lágrimas,
que eram as águas salgadas que banhavam
a confluência dos oceanos Atlântico e Índico.
O episódio do Adamastor representa, assim,
em figuração grandiosa e comovida, a sua oposição
à audácia dos navegadores portugueses
e a predição da história trágico-marítima que se lhe seguiria.
O Adamastor tem não só o papel de reforçar o positivismo da viagem,
assim como o Velho do Restelo.
Também dá ênfase ao «mais que humano feito»
(feito sobre humano) referido na proposição.
Realçando a coragem do Herói, individual ou colectivo,
que enfrenta, apesar do medo, desafios superiores do poder do Homem,
porque renega a sua emoção seguindo a ordem de el-rei.
Na continuação do episódio, o narrador mostra-nos como este gigante
tem uma fraqueza, um amor impossível,
mostrando que até o mais poderoso ser padece
dessa doença benigna que é o amor.
A sul do Cabo Bojador erguia-se um conjunto de lendas
e superstições que a imaginação mitogénica
criara a partir do mundo desconhecido.
Os marinheiros quatrocentistas não podiam deixar de sentir
o mistério que envolvia a transposição de tais obstáculos.
As lendas representavam o medo do que havia
no tenebroso cabo e para além dele.
À custa de uma experimentação contínua,
os marinheiros portugueses aprenderam a recusar esses mitos
e chegaram com Bartolomeu Dias ao Cabo das Tormentas,
conhecido pela impossibilidade de se navegar,
e que, passando a se chamar Cabo da Boa Esperança,
lhes abria as portas da Índia.
Os mares desse cabo serviram muitas vezes de sepultura a naus
e a gentes carregadas de riquezas e de desilusões,
como que comprovando as profecias do Adamastor.
Bocage escreveu um belo soneto relativo
ás profecias do Adamastor :
Adamastor cruel ! ... De teus furores
Quantas vezes me lembro horrorizado !
Ó monstro! Quantas vezes tens tragado
Do soberbo Oriente dos domadores !
Parece-me que entregue a vis traidores
Estou vendo Sepúlveda afamado,
Com a esposa, e com os filhinhos abraçado
Qual Mavorte com Vênus e os Amores.
Parece-me que vejo o triste esposo,
Perdida a tenra prole e a bela dama,
Às garras dos leões correr furioso.
Bem te vingaste em nós do afouto Gama !
Pelos nossos desastres és famoso:
Maldito Adamastor ! Maldita fama !
É mencionado por Voltaire no capítulo dedicado a Camões
do Essai sur la poésie épique.
Aparece também na obra de Victor Hugo por duas vezes:
em Os Miseráveis (Tomo III, Marius, cap III)
e num poema dedicado a Lamartine
(Les Feuilles d'automne, cap IX).
Alexandre Dumas refere o gigante por seis vezes nas suas obras:
em O Conde de Monte Cristo (cap. XXXI),
Vinte anos depois (cap. LXXVII),
Georges (cap I), Bontekoe, Les drames de la mer, (cap I),
Causeries Mes Mémoires (cap. CCXVIII).
É também mencionado por Saramago,
em sua obra chamada Intermitências da Morte.
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